2016/10/09

Leitura de domingo

Uma simples reflexão básica, lúdica, de fácil assimilação, neste primeiro domingo pós-eleição em Campos dos Goytacazes (RJ).
 
Não seja um mau perdedor
Ninguém gosta de perder uma competição, ou de ver o seu time ou representante não ser o vencedor. Lamentar a derrota é normal, e procurar as razões para a falha é importante - mas deve ocorrer em um contexto de atitude positiva, associada ao aprendizado e à busca de superar esta mesma causa em oportunidades futuras.
Nem toda disputa é esportiva, e a máxima "o importante é competir" não se aplica a todos os empreendimentos humanos, mas isso não impede que a boa atitude desportiva possa prevalecer entre rivais a partir do momento em que se conhece o vencedor de um certame.
Ter uma atitude indigna após uma derrota equivale a perder duas vezes, e estar preparado para não ser o vitorioso, e saber como lidar com a situação após o anúncio do resultado, é algo que se espera tanto dos participantes diretos quanto das suas torcidas, apoiadores e simpatizantes.
O "choro do perdedor", no sentido de desclassificar o adversário, as condições ambientais e a própria disputa - que até o momento da proclamação do resultado estavam plenamente aceitos - é um comportamento que pouco faz a favor de quem o pratica, e muitas vezes acaba aprofundando a natural insatisfação da derrota, além de impedir a reflexão sobre a origem real do resultado, associada ao comportamento do próprio participante e aos fatores que estiveram sob seu controle.
Como não ser um mau perdedor

É difícil manter o respeito por alguém que não consegue aceitar com dignidade a derrota - e isso ocorre desde a partida de videogame entre 2 irmãos, até o resultado das mais intensas disputas nacionais e internacionais.
Saber evitar este tipo de comportamento pode ser um sinal de maturidade, e costuma-se dizer que é mais importante saber como agir na derrota do que na vitória - pode-se errar em ambos os casos, mas a derrota é um obstáculo maior.
Para ajudar a identificar as atitudes de mau perdedor e assim facilitar combatê-las, eis as 5 principais atitudes do mau perdedor:
•Inventar mil desculpas - a típica desculpa de um mau perdedor começa com "ah, mas". Pode ser algo como "ah, mas a outra equipe tinha muito mais recursos e apoio", ou "ah, mas deixaram a final para um feriadão e a torcida não estava lá para apoiar o nosso time". O que elas tem em comum é que procuram "culpar" as circunstâncias, ou fazer parecer injusta a superioridade demonstrada pelo adversário.

•Menosprezar a vitória alheia - a súbita mudança de opinião sobre o valor da disputa é um sintoma claro do mau perdedor. Embora seja positivo compreender e comunicar que a recente derrota não impedirá vitórias futuras, isso não pode ter a lamentável conotação de "nem queríamos ganhar mesmo", como quando o derrotado que disputou até o final um campeonato estadual passa a dizer que está mesmo preocupado com o campeonato nacional, tentando assim (geralmente sem sucesso) desvalorizar a vitória do oponente.
•Mudar de ideia sobre a validade da disputa - as regras e condições da disputa são conhecidas desde o princípio, e foram aceitas ao longo de todo o certame. Por que criticá-las só ao final e após não ter sido o vencedor? Se elas não tiverem sido cumpridas, a atitude correta é recorrer, e aí sim divulgar a providência tomada. Simplesmente criticar o que anteriormente foi aceito é o típico "choro do perdedor".
•Culpar as circunstâncias - se as circunstâncias não desrespeitaram a regra que foi aceita, elas são parte da disputa, e todos os participantes terão estado expostos à possibilidade delas. A forma como as competências, habilidades e atitudes de cada oponente são usadas para fazer frente às circunstâncias que a eles se apresentem fazem a diferença. Vale lamentar que alguma circunstância tenha afetado de modo desproporcional o seu lado na disputa, mas não usar isso para implicar que o lado vencedor não mereceu sua vitória - afinal, se choveu forte e o adversário foi o melhor na pista por causa disso, o mérito de aproveitar melhor a circunstância é dele.
•Desrespeitar o adversário - talvez o grau mais baixo da escala dos comportamentos de maus perdedores, quem pratica a atitude de desvalorizar o vencedor muitas vezes nem percebe a consequência lógica: se o adversário vencedor era mesmo tão ruim assim, que dizer de quem perdeu dele?
Atitude vencedora
É preciso força de caráter para o derrotado conseguir cumprimentar publicamente o adversário pela vitória, e manter um comportamento honroso nos momentos subsequentes à decisão de um certame.
Nada disso deve ser confundido com derrotismo - pelo contrário, a atitude vencedora pode ser demonstrada tanto na vitória quanto na derrota, e poucas demonstrações públicas são tão lamentáveis quanto a do derrotado que demonstra ser mau perdedor.
De uma derrota, além do exemplo de atitude e do mérito de ter disputado de forma honrada, pode-se adquirir conhecimento sobre seus próprios pontos fracos, bem como sobre quais as condições das quais o adversário conseguiu tirar melhor proveito - e usar isto a seu favor na próxima disputa. 


 

Nenhum comentário: